1965 – Caetanistas saindo da missa de formatura.

Deveria ter sido num sábado de manhã, em dezembro de 1965; boicotei e, pleonasmo,  não fui! Era também a minha formatura, mas como estava privada de baile, nem disse nada em casa sobre a cerimônia religiosa ou a entrega do diploma: boca de siri.

Vê-se bem na imagem que a espontaneidade da foto indica o fim de missa e, os rostos descontraídos, mostram uma etapa de vida vencida.

As três primeiras mocinhas faziam parte de um trio indissociável: Eliane Fonseca, primeiramente violinista, depois  cantora e em seguida empresária cultural no Rio, Sonia Chemliam, se é que bem gravei o seu sobrenome  e Maristela Debenest, as alunas da Aliança Francesa de São Paulo, as meninas politizadas do curso ginasial, as mocinhas que tiveram coragem e se engajaram na oposição ao regime daqueles tempos.

Tento me lembrar o nome da quarta garota, cabelo armado e fixado com laquê; cinquenta anos depois meus neurônios pedem vitamina! Deve ser a Scarlette Marton, figurona da filosofia, especializada em Nietzsche.

Em seguida trata-se da Leda Leal Ferreira, médica já formada quando cruzei com ela em 1978, no consulado do Brasil aqui em Paris; naquela época reconhecia-a pela singeleza do rosto e a timidez ao falar, mas ela nem tchum para mim… Apenas ficou boquiaberta quando a chamei pelo nome…

Também não me recordo do nome da  nisseizinha que ali se encontra, mas quem procura, acha! Na página 184 do meu livro de memórias, está bem inscrito o nome dela: Rosalina Kinuyo Mynekawa, com todos esses “y”, “k” e “w”…

2015,; ano do cinquentenário de nossa formatura, quando um “diploma” ginasial até valia alguma coisa, principalmente se emitido pelo nobre Instituto de Educação  Caetano de Campos…

Bons tempos aqueles…

Bons tempos?  Meus neurônios continuam a me trair; não foi mais ou menos a partir dali, e seguramente no final da década de 70 que a escola começou a ser “desmontada”?