No tempo de antigamente, quando nem a TV, nem os computadores, tablets e celulares iam às mãos das crianças, a brincadeira era outra: a gente podia brincar na rua, no parque, no pátio da escola, no quintal de casa e no jardim; a porta da rua ficava aberta e não tinha grades nas janelas porque não havia violência urbana; bandido mesmo, somente nas brincadeiras de “mocinho”.
Vigaristas ocasionais passavam e “passavam o conto do vigário” enquanto que o batedor-de-carteira agia apenas nos ônibus da CMTC no tempo em que o Meneguetti era um gentleman cambrioleur!*
Pão -com-manteiga, copo de leite morno com chocolate; barra-manteiga, o copo de veneno, esconde-esconde, estátua, amarelinha…
1 x 2;
2 x 4;
4 x 1! – Aritmética da atenção!
Pular corda, acordar para o banho, que o pai vinha chegando do trabalho; hora de jantar, todos à mesa, comida brasileira, comida italiana, sobremesa caseira:
_ “Não se esqueça de escovar os dentes!”
Rádios e televisores desligados, uma voz de ordem nos mandava para a cama e, antes de adormecer, a gente lia umas páginas de Monteiro Lobato para amolecer os olhos e a alma e dormir sonhando com o Visconde de Sabugosa ou com a Emília.
Cedinho a tia Anastácia chamava a gente para que fôssemos à escola e girávamos a roda da vida, gigante, tudo aquilo sem roda-viva!
(Coloco aqui, mais uma vez, meu poema “Nina e Naná” para quem ainda não o conhece; data de 1976:)
Nina e Naná
Nina é a boneca mimada
que nana;
Naná , sua dona,
é danada, danada!
Naná fala com Nina:
_“Menina! Menina!
Acorda e mama!
Ė Naná quem “te” chama…”
Nina abre os olhos
“pr”o mundo redondo,
Naná vai nanando…
que sono…que sono…
Naná abre os olhos e
chama por Nina:
Menina, “te” chamo,
acorda menina!”
Há ninas de plástico,
ninas de pano,
de borracha,
de porcelana.
Mas veja a menina
por fora da loja
ao pé da vitrina
que quer uma nina
e não pode ter…
Se Nina crescer ,
vai ser menina ?
ou será que a menina,
Nina vai ser?
Quem é essa Nina
Que s’olha no espelho
Sentada no colo de uma naná?
Quem é Naná
que brinca com Nina
das brincadeiras
que sabe brincar?
Olha só!
Amarelinha….
Corrida-de-saco, pega-pega…
Viva! Casinha!
Ė esconde-esconde,
Roda-cantada,
Roda-gigante,
Rodopio, roda-pião!
Mas do lado de lá
da rua de Nina,
tem outra menina
como Naná
que não tem boneca,
nem tem peteca,
que brinca somente
de ver Nina e Naná!
Que brinquedo triste
de Conceição,
de Benedita,
Maria de Lurdes,
Josefa, Joana,
Joaquim e João.
Quantas crianças
que a gente conhece
que crescem, que crescem
sem serem crianças?
São quase bonecos,
bonecos de povo…
Que pena! Que pena!
Naná nem percebe…
Você nem percebe…
e não dá pr’esconder…
*”cavalheiro” que penetra nas residências para roubar com elegância, inspirado em Arsène Lupin!
(Ana Brandão)
(Prof. Genivaldo)
(mercado livre)
(Fazfacil)
(mercado livre)
(soldatsplomb)
(http://brinqedos.blogspot.fr)
(trololo.com.br)
(http://albumefigurinhas.no.comunidades.net)
(mercado livre)
(teledramaturgia)
(anosincriveisblog)
( é da sua época?)
(mercado livre)
(Gazeta Central)
(viva os anos 70)
Como é ótimo rever essas coisas todas!!! Graças ao nosso amor ao passado, podemos revivê-las, não é mesmo? Pena é que cada vez mais somos impelidos para frente, com as invenções e inovações nos engolindo e nos roubando o saudosismo. Nosso compromisso para com o presente e com o futuro é vital, embora nem sempre gratificante.
Não é uma questão de saudosismo; é ver a decadência da civilização ocidental evoluindo em nome do progresso!
Grande abraço,
wilma.